segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Scliar parte e deixa legado literário e de amizade sincera nos relacionamentos

O escritor Moacyr Scliar nos deixou no começo da madrugada desse domingo, 27 de fevereiro, no Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. Ele não resistiu ao Acidente Vascular Cerebral que sofreu há dois meses. Toda vez que morre alguém famoso ou conhecido nosso é natural que procuremos destacar os pontos positivos deixando de lado as misérias humanas que carregamos durante a vida toda.

No caso do Scliar, me pareceu que todas opiniões foram carregadas de sinceridade e de pesar pelo seu falecimento. Destaque no mundo literário brasileiro com diversos prêmios, integrante da Academia Brasileira de Letras e médico, Scliar foi cativante pelo seu jeito simples de ser e agir.

Na Associação Cristã de Moços, diversas vezes o vi fazendo musculação, do seu jeito, com dedicação e afinco. Em 2006, eu tive a satisfação de entrevistá-lo na Feira do Livro daquele ano, em reportagem pela TV2 Guaíba. Naquele evento, como se tratava de entrevistas com artistas das letras, procurei deixar as pessoas falar sem ser aquele jornalista que fala mais que o entrevistado e o interrompe sempre.

Em diversos momentos, procurei esvaziar-me das minhas idéias, para ouvir o que o outro tinha a dizer, e sem esquecer que também é preciso manter o pique da entrevista sem ser monótono e sem perder o foco na busca da melhor informação. E assim fiz também com o Scliar.

Ao final de entrevista ele agradeceu o momento e afirmou: "tu foste o melhor jornalista que me entrevistou nesta Feira do Livro"!!! Eu fiquei muito contente pela observação do nosso Imortal. Que alegria por ter feito o silêncio que deixa o outro falar.

E esta foi a maior experiência minha com ele. Outras pessoas minha amigas, destacaram o seu espírito simples, atencioso e brincalhão e de companheiro mesmo em momentos que pudessem exigir alguma reverência a Ele, considerado mestre e imortal da Academia Brasileira de Letras.

Diante de tudo isso, conlcuo que Scliar não passou em vão entre nós, deixou a sua marca como escritor, mas sobretudo como pessoa humana que sabe reconhecer o que realmente importa nesta vida efêmera.

Prometo para breve colocar, em vídeo, a entrevista que fiz com ele na praça da Alfândega.

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